Em 1878 fundou-se
em São Paulo o primeiro sistema de abastecimento de água a Companhia de água e
esgoto Cantareira. São Paulo já estava em ebulição, era o destino preferido dos
cafeicultores interioranos, também dos imigrantes europeus.
O processo de urbanização paulistana é uma síntese de contradição copista: os primeiros barros criados para elite indicava europeização da cidade (Campos Elísios, Indianópolis e o próprio Higienópolis que remete a questão da limpeza racial) para clarificar nossa proposição de copistas às avessas havemos de lembrar que diferente do que fizeram os europeus com seus rios São Paulo os matou ou fez com que sumissem embaixo do asfalto (caso Tamanduateí e do riacho Anhangabaú – o primeiro canalizado vergonhosamente sujo e poluído, o segundo sumido da Avenida 9 de julho). Em 1912 inicia-se a canalização do Tamanduateí juntamente com um projeto de aterramento das várzeas deste e do Anhangabaú. Este foi é o primeiro episódio que marca o desastrado urbanismo paulistano. “A cidade cresce e novos problemas surgem”. Os rios Tietê e Pinheiros são vistos como novos empecilhos ao desenvolvimento da cidade. Mais uma catástrofe urbanística está por vir.
O processo de urbanização paulistana é uma síntese de contradição copista: os primeiros barros criados para elite indicava europeização da cidade (Campos Elísios, Indianópolis e o próprio Higienópolis que remete a questão da limpeza racial) para clarificar nossa proposição de copistas às avessas havemos de lembrar que diferente do que fizeram os europeus com seus rios São Paulo os matou ou fez com que sumissem embaixo do asfalto (caso Tamanduateí e do riacho Anhangabaú – o primeiro canalizado vergonhosamente sujo e poluído, o segundo sumido da Avenida 9 de julho). Em 1912 inicia-se a canalização do Tamanduateí juntamente com um projeto de aterramento das várzeas deste e do Anhangabaú. Este foi é o primeiro episódio que marca o desastrado urbanismo paulistano. “A cidade cresce e novos problemas surgem”. Os rios Tietê e Pinheiros são vistos como novos empecilhos ao desenvolvimento da cidade. Mais uma catástrofe urbanística está por vir.
Década de 20 os
engenheiros Francisco Saturnino Rodrigues de Brito e Francisco Prestes Maia aliado
a Ulhôa Cintra travaram choques ideológicos sobre projetos para solucionar as
questões das inundações das várzeas, a fluidez do transito nascente, problemas
sanitários e questões imobiliárias que já se faziam presentes como nos informa
o documentário “Entre Rios a urbanização de São Paulo” produzido pelo coletivo
Santa Madeira (2009). Saturnino de Brito Dizia ser necessária a preservação das
margens e várzeas para criação de parques – a partir disso o desenvolvimento
urbano.
Em 1938 Prestes
Maia é nomeado prefeito da cidade e dá início a seu “Plano de Avenidas”;
simples cópia de planos radiais concêntricas de cidades europeias, porém com um
detalhe que tornaria a São Paulo atual numa das piores cidades em relação a
transito de automóveis. Não colocou em seu projeto ferrovias e hidrovias tal
qual os originais, sua meta era beneficiar industriais automobilísticas e
atender a especulação imobiliária seduzida pelas várzeas do Rio Tietê. Em seis
anos de governo, Maia, sentenciou São Paulo ao caos. Marco Antonio Sávio[1] (professor do departamento de História da UFU)
assegura que
A fragilidade
institucional do Brasil a uma proeminência do privado sobre o público. Existe
uma área pública? Entregasse uma área pública para o setor privado – a
especulação imobiliária vence ou então: nós temos o dinheiro X para construir
mais linhas de metrô, (diz-se) não! Vamos construir mais pistas na marginal
porque é bom para os automóveis e você nota investir sempre, da preferência
sempre ao transporte individual.
Segundo Alexandro
Barreto[2] não é um simples ajuntamento de pessoas
envolvendo questões espaciais sim um fato generalizado entre os povos sempre no
intuito de atender certos tipos de mercados. No entanto a urbanização não
programada e estruturada pode causar desgastes a unidade urbana, pois não há
espaço e nem todos podem pagar os preços que as cidades mais procuradas cobram
pelo m² do terreno ou mesmo imóveis com financiamento governamental estão ao
alcance de toda população.
Ainda consoante
Barreto nos países em desenvolvimento é rara a preocupação com o
desenvolvimento urbano no seu limiar, diferentemente do que ocorre em países
desenvolvidos.
No Brasil a
população urbana saltou de 36%, dado1950, para 81% em 2000. A década de 50
(Séc. XX) no âmbito político e imobiliário foi efervescente para o país devido
o sentimento evolucionista de Juscelino Kubitscheck, porém o mercado paulistano
já dava sinais de força conforme veremos mais adiante. A essa altura o viés
copista do empresariado paulistano não os permite assemelhar-se a cidades
europeias, mas a Chicago com edifícios imponentes e ruas superlotadas de carros
como sinônimo de avanço. Para o Professor Alexandre Delijaicov (departamento de
projetos FAU-USP)
Nós estamos todos abduzidos por esse urbanismo rodoviarista, todo mundo acha
que precisa do automóvel, quando na verdade não precisamos. Então dentro dessa
visão de reversão disso: no lugar de fluxo falar de percurso, no lugar de esterilizar
ruas com este urbanismo rodoviarista transformar os passeios públicos numa rua
viva sendo o urbanismo da confiança e não do medo – que hoje as pessoas estão
trancadas nos carros, não é isso? São resignadas a esse pau de arara chamado de
ônibus (...).
Líderes
governamentais são viciados a um fatalismo incorrigível sempre dispostos a
entregar a jazida do que comprar a tecnologia para trabalhar nela, afirma não
dispor de recursos entrega áreas ou bens estratégicos a iniciativa privada que
garante alto faturamento; o ramo imobiliário é um dos beneficiários da
incapacidade gestora das organizações brasileiras. De costas para as questões
ambientais de forma inteligível São Paulo (e todo Brasil) age pontualmente,
isoladamente em resposta a necessidades corriqueiras ou pontuais[3].
São Paulo já teve
4.000 km de rios e córregos. Hoje menos de 400 km permanecem a céu aberto. Há
menos de cem anos, riachos, corredeiras e córregos existiam no lugar de algumas
das principais ruas e avenidas da cidade. A Nove de Julho era o Saracura, a 23
de Maio, o Itororó. Vladimir Bartalini, professor de arquitetura da USP e
colega de Delijaicov, vem mapeando esses córregos ocultos de São Paulo para
oferecer à população a informação de que onde ela anda, ou roda, corre um riacho.
"Assim poderemos reverter a associação dos rios com aspectos negativos,
como esgotos, lixo, inundações, e abrir frentes para o tratamento criterioso
dos espaços livres"
Alexandre
Delijaicov[4] é arquiteto e urbanista da
Universidade de São Paulo (USP). Tem um projeto ousado para a capital o que
“metrópole fluvial” com construções de ecoportos, ciclovias, enfim, resgate
total da malha hidroviária, etc., porém tudo esbarra em questões
políticas.
Num contexto um
tanto genérico, o Brasil, apesar de sua dimensão continental iniciou seu
processo de urbanização de maneira muito idêntica em muitos pontos do país no
final século XIX e início do XX conforme sugere Maricato (2009, p. 22)
Eram feitas obras de saneamento básico e
embelezamento paisagístico, implantavam-se as bases legais para um mercado
imobiliário de corte capitalista, ao mesmo tempo em que a população excluída
desse processo era expulsa para os morros e as franjas da cidade. Manaus,
Belém, Porto Alegre, Curitiba, Santos, Recife, São Paulo e especialmente o Rio
de Janeiro são cidades que passaram, nesse período, por mudanças que conjugaram
saneamento ambiental, embelezamento e segregação territorial.
Este corte
capitalista no mercado imobiliário ainda é uma vedete para o empresariado
atualmente. Abussamra (2009) assevera que no processo de urbanização paulistana
prevaleceram formatos chamaríamos de quasimodais não entendêssemos o viés
capital.
Principalmente
desde os anos 80, é a busca pelo esgotamento do potencial construtivo, o que se
torna muito simples entender-se com base na diminuição da oferta e o aumento do
custo por metro quadrado de lotes inseridos em bairros como de boa
infraestrutura e, portanto, de fácil comercialização do futuro edifício a ser
implantado (...) O tempo passou rápido, demais perdemos a condução da cidade,
já que esta é feita principalmente pelos agentes de produção, e não somente por
legisladores.
O futuro não garante dias melhores para
consumidores que por algum motivo desejem morar nestas áreas. Apesar dos
equívocos em sua urbanização a capital paulista é detentora dos lotes mais
caros dos países igualmente a cidade Rio de janeiro com um potencial turístico
invejável, porém com problemas urbanísticos tão grave quanto. Só
temos problemas nestas cidades (arquitetônicos, viários, violência, etc.), mas
como explicar a crescente dos preços? Enfim quais são estas forças que vão além
da realidade dada e tornam uma realidade projetada e ilusória muito mais forte
que a sensível? Quais os homens não conseguem ir além do útil e não do necessário!
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