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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Solilóquios de um lavrador.

Faz algum tempo. Era menino. Lá estava a família reunida... __ Filho seu primo da cidade nos visitará na próxima semana. Deve ficar poucos dias. __ Cidade? Primo? Alguns dias? Mais um... Aquela semana voou. Chegou o janota! Balbuciei ao meu irmão Ari. Continuei. __ Frajolas da cidade são criados como moças. Logo me respondeu: Tenha paciência! Não demorou muito surgiram as comparações. Campo versus cidade. Pelo seu prisma a cidade era o mundo ideal. O mundo dos sonhos, das realizações, do desenvolvimento. Questões que já me causavam dúvidas. Desenvolvimento? Consumo planejado e ritmado, pessoas robotizadas. Achava tudo estranho, mas deixava que ele se deliciasse com o mel do qual era fonte. Das comparações saiam afirmações, às vezes grosseiras. Irritava-nos ouvi-lo comentar que a vida no campo era fria e sem sabor (ele não sabia observar o verde dos bosques, o canto dos pássaros...); entorpecia aquele olhar de interrogação sobre nossas tarefas como se não serv

Expressão do que? Ah nem sei...

Imagine um tubo de ensaio. Elementos se misturando para formar algo novo. Algo que fundamente novas ações em outros seres, experimentos que determinam novas circunstâncias, ideias que curam - soluções para novas soluções. Infusão. Imagine um coletivo, um tubo de ensaio não com uma só ideia e um fim, mas milhares. Sujeitos querendo se misturar, querendo provar ao outro que já sabem muito... Que suas ações são incríveis, que suas ações são antídotos contra dores da alma porque em algum momento superou a todos em felicidade. Que suas viagens foram as mais “mais”...  Ideias não mais para cura, mas para mostrar altivez. Um mundo a parte (de aparências). O coletivo é um tubo de ensaio às avessas. Os sujeitos parecem querer provar a seu interlocutor que deram certo de alguma forma, contudo só lhes contam em alto e bom tom suas pseudo vantagens, conquistas, viagens, etc.,. Ouvia coletivamente um diálogo desses. Dois advogados. Pareciam querer vingar-se da regra culta de usual em sua profi

Samicas: Amoral ou imoral?

Esmava em monólogos após a audição do que pensava ser convicção de ignorância... Um interlocutor afirmara que abandonara a possibilidade de exercer o direito ao voto por não mais confiar nas promessas políticas, por não ver sentido na repetição das juras eleitoreiras, por suspeitar da boa vontade desses indivíduos pançudos sedentários comedores das ambrosias do Estado (nosso dinheiro). Novos políticos fabricados no novo modelo de   marketing . Já sabemos: os políticos são produtos da mercadologia eleitoral explicada no revés, no troco que empresas tão sórdidas quanto estes querem prover após seu empossamento; agora querem mudar isso (Brasil), falam de financiamento público de campanha, ou seja, querem que paguemos a conta das eleições antes que ocorra. Estamos perdidos!  Dizia estar disposto a não mais discutir política. Que se dará por satisfeito assistindo os programas boçais de domingo e seus espetaculosos noticiários investigativos, seus furos de reportagem sempre denunciand

Minha futura ex-mulher

Diz a convenção: – Que fale agora ou cale-se para sempre! Fim da frase início de uma vida a dois (no mundo ocidental e na bitola religiosa mercantilista de algumas sociedades: casamento). Isso pode ser bom para muitos, tanto é que os índices aqui, na China e na Índia estão crescendo com o vapor das respectivas economias.  Sei que partes dos casamentos não precisam de um padre com suas frases monótonas nem um monge dizendo: “quando estiverem falando línguas diferentes basta ir para um canto da casa e ficar zen”, mas constantemente há um protocolo tosco que quase sempre dá em nada ou em juízo - independente da cultura. Dia desses estava dado nos jornais que o índice de casamento está em alta por aqui - também o divórcio tem crescido não proporcionalmente. Os separados casam-se novamente inflando o índice. Estranho, mas casam-se pela segunda e terceira vez. Tenho um amigo que complementa essa estatística em todos os formatos. A busca, o encontro, a união, a desunião e a repetiçã

Novíssimas e eternas indefinições sobre o amor

Muito se fala se choram sobre amores, alguns enaltecem, outros lamentam; os românticos tomam como desculpa ou mote para viver, já aos céticos amar é uma causa social internalizada com nuanças peculiares a determinado grupo e para ele, isto é, amor é uma das convenções sociais e o fato do sujeito sofrer por outro não vai além de um desejo orgânico. O que sabemos sobre ele? É um termo amplo que abarca toda sentimentalidade de qualquer indivíduo e que dele todos esperam...  O amor de pai, amor de filho, amor de mulher, amor de homem, amor de criança, mas tratemos do amor que envolve desejo: o “sexo.” Ou simplesmente amor de um romance e sua mascara necessária (que poderíamos entender amor ao sexo) figurado com desapego altruísta, uma etiqueta que não engana a carnadura e desobedece a conceitos pré-estabilizados vertidos em casamentos para acasalamentos duradouros ou não. Se pretendêssemos êxito neste escrito deveríamos buscar de maneira adequada entender onde nasce o que chamamos