Quando a burguesia
suplantou o feudalismo e em seguida as monarquias subtendia-se ou procurava-se
vender a ideia de que as sociedades não mais comportariam o modelo estamental.
No entanto sua indumentária pregressa de escravização dos imigrantes
campesinos, suburbanos e até crianças apenas aumentava o abismo social -
não fosse o agravamento destas distinções e a refiguração das lutas a partir
das conquistas socialistas ainda teríamos subgrupos estagnados tal qual fora no
modelo feudal.
É preciso lembrar que o trabalho
em qualquer época é reconhecido pelo seu aspecto moral e solidário a partir
disso se criam formas complexas de entendimento das relações: os economicistas
e suas formulas adequadas, a religião e seu zelo implícito no trabalho
argumentando sorrateiramente que do “suor vive o homem” infundindo no seu
membro e em tom universal que há uma ordem suprema implicando nesta
determinação. O problema é que nem todos a atendem e boa parte dos homens vivem
do suor dos outros com seu modu
faciêndi explorador naturalizado
nas convenções (sindicais também). Na verdade há uma simbiose regendo esses
patrimônios da humanidade, comensal não fossem os alforjes carregados depois
dos cultos e missas. A religião repleta de regras, preceitos éticos, hierarquia
e moralidade conduziram o homem a criar jurisprudências e de igual maneira se
projeta à solidariedade (utópica) nas relações trabalhistas que aportam na
economia enquanto modelo coletivo formando o Estado. Individualmente sabe-se
que a solidariedade não é o prisma da elite (a classe detentora da “melhor”
ideologia), mas a voz rouca do Estado insiste num modelo de responsabilidades
recíprocas – oficialmente. Não se sabe extra oficialmente. Para ela (elite) seu
potentado capital e conhecimento é a quintessência do planeta, não os ter
implica obrigações a esta. Como se o capital e o conhecimento houvesse sido
buscado numa parte da estratosfera e por isso merecesse diferenciação dos
demais com natural empáfia.
Fundando-se nesse conjunto
a secção das classes sociais contemporâneas tão estrambóticas quanto no
passado.
A usura, a soberba, a
disputa por posses e pelo poder jamais permitirá ao homem que sejam defeitos os
abismos sociais criados e sustentados na exploração do trabalho e
principalmente nos diversos níveis de valoração. Com a instituição da divisão
do trabalho – suas classificações mental e manual criam por consequência a
divisão dos salários – de certa forma até ilusória, pois há casos
contraditórios. Tudo depende de quando o sujeito-função renda ou da gana do
empresariado. Todavia as premissas conhecimento e poder deixam o sujeito apto a
transpor barreiras nas ditas classes sociais do presente pouco menos
estamental.
Como vender conhecimento é
equivalente a venda mão de obra (sendo o conhecimento um tipo não muito
superior de mão de obra, pois existe nos dois tipos um nível de racionalidade -
caso contrário não haveria execução da tarefa) torna-se injusta a distinção
abismal dos grupos na maior parte dos casos. Assim constantemente as sociedades
segmentam-se em grupos com termos delicados que indicam muito mais que suas
faixas salariais. Pertencer à determinada classe significa ter acesso ou não ao
escol da estrutura desta sociedade. Se pensarmos somente no acesso ao
conhecimento já se consegue prever em que “mãos” está restrito o poder sobre
esta sociedade. Insólito, mas verdade, em concomitância poder não significa
aculturação. Contudo a falta do conhecimento não impede a migração do sujeito
para classes mais bem vistas e desejadas pelo todo social: ajustes e conchavos
justificam.
As ditas conquistas
sociais, as causas humanitárias, o desespero (justo) dos ecologistas, a livre
concorrência, a usura lucrativa e permitida criaram um estado de euforia e
movimento nas classes de tal modo a surgirem diariamente miríades de novos
ricos (milionários) ou simplesmente ascensão das classes, torna impraticável
definir o que é emergente, uma vez que a classe D com seu paupérrimo poder
(individual) de compra agora também é chamada desta maneira. Segundo o
sítio[1] Metaanalise o povo da D (que vive de financiamento
e aluguel) é emergente.
Temos países emergentes,
temos pessoas emergentes em todas as classes, temos falsas alegrias para todos.
Na verdade a emergência dos sujeitos significa o gozo no sobejo da elite que
chegou ao seu nível máximo de exploração devendo se sentir constrangida e
acovardada em não permitir um falso avanço das subclasses. Se a classe D não
houvesse sido chamada de emergente diria que não é para qualquer um ser
emergente, então vamos tratar dos emergentes da média sociedade a classe C e B.
Para ser um elemento da emergência nestas classes é preciso fazer das
confrarias, do lóbi. Desconfio que os emergentes sejam apenas os bem
recompensados pelo trabalho mental (às vezes como procuradores - com pouco
trabalho mental). Sempre existiram! Perfeito. O tomo da atualidade reza que
exista um número suficiente para ser uma classe considerável. Então o sobejo é
igual modo anterior, mas a grandeza forma a classe.
Em tese isso significa que
a burguesia (a elite: é assim que ela quer se chamada ainda que viva em mansões
equivalentes aos antigos burgos) e sua ideologia mercadológica está pondo um
doce na boca da massa. Este engodo que traz a sensação de bem estar para toda
população e de vitória para os que embolsam alguns tostões faz a paz reinar em
algumas áreas da economia. Depois de saboreado o pirulito surgem os melhores
consumidores “querem comprar, comprar e conquistar o mundo em tempo igual -
serem bem aventurados a qualquer custo”.
Chegamos ao elemento que
caracteriza a forma impar do termo emergente, ou seja, “consumir”. As classes
são arranjadas para o consumo isso é liquido e certo. Caso tivessem alguma
ideologia não fosse a de consumir não caberiam na sociedade presente. Isto é
fato, pois os a elite industrial e ideológica estão bem representados no
parlamento, nas assembleias, nas ruas, gerências, superintendências,
coordenações e supervisões que “loucos” para encherem o máximo sua burra vendem
o produto da elite (burguesia) por 100 recebem 10% divididos por seus níveis
hierárquicos – se paga 60% ao fornecedor, 8% ao Estado e o burguês embolsa o
que sobrou que é mais que o dobro de comissões ou encargos.
O diferencial da
emergência é que isso acontece com tanta frequência que o sobejo tem a face
avanço social. Os abismos sociais jamais deixaram de existir, uma vez que as
migalhas da elite estão a contento dos “emergentes”. Aos que não são nem um nem
outro sobra a esperança de conquistas alicerçadas nos diversos tipos de ideal
de homem para a sociedade alardeada pelo psicodrama da propaganda mercadológica
que já funciona bem na bolha economicista.
O melodrama comercial
atende ao nível mental de cada classe. Jamais se viu um comercial de jatinhos,
carro de (auto) luxo ou bimotores na TV ou rádio, pois o seleto público não
precisa ser convencido de nada; isso explica que as vitimas do consumo são as
subclasses perpetradas para consumir em escala conforme a necessidade da
industria.
Para não esquecer:
Enquanto isso a educação da massa está às moscas e só se buscam soluções
sólidas em respostas ao mercado.
É saber de todos que a
propaganda mercadológica trabalha em cima do desejo dos indivíduos, mas esse
desejo já fora plantado por uma espécie de conscientização da naturalidade em
que o sujeito tem sentimento de pertença a tudo que agrade aos olhos dos outros
ou massageie seu ego, a cultura do também quero não nos abandona nem na fase
adulta. De qualquer forma o convencimento da necessidade amparado na função
fática da linguagem e na brandura do garoto (a) propaganda que usa “seu charme”
e poder persuasivo de ator para se vender e vender o produto não passa de um
sistema de análises tautológicas dos profissionais de marketing. A partir
destes exames o homem torna-se o produto, ou seja, um objeto de um estudo caso
e onde sofrera estímulos múltiplos quais respostas beneficiaram um estado de
consumo.
Na chamada classe que C
que é o grupo do momento nos negócios e vive da “felicidade financiada”
credita-se o alavancamento da economia. Segundo a RCEA[2] a economia como um todo tem ventos
favoráveis devido, entre outras coisas, a expansão do credito. Ainda consoante
esta revista os objetivos da classe C é a família, a casa própria, o trabalho e
por último o lazer. Agora veja a ironia implícita na questão do consumo. De
repente descobriu-se um grupo de pessoas (elas servem para consumir!). Veja que
a tendência desta classe é o crescimento em si e a permanência do status quo, uma vez que está
incutida a magnificência da família; no segundo plano “casa” o grande objeto de
desejo do homem moderno o que deveria ser direito público e subjetivo, mas não
é, pois a livre concorrência assim não permite, afinal “os ricos precisam
garantir o seu” fazendo este individuo pagar a mensalidade deste bem até o fim
da vida; A consideração do trabalho em terceiro lugar é tão ingênua quanto seu
modo de consumir, de certo que sem trabalho não há como atingir outras
prioridades, uma vez que o trabalho é o regente todas as causas numa sociedade
capitalista; quanto ao lazer deste se encarregam novas maneiras de fazer com
que os sujeitos se sintam bem por consumir e por fazer parte da “bolha da
felicidade”: são os shoppings, a moda, a idolatria aos fantoches da TV, aos
espetáculos do circo futebolístico, os enlatados cinematográficos e outros
tantos. Neste comenos entramos também para o universo da nova classe agora
também desejada pelo mercado: a classe D.
O prisma da classe D são
as eventualidades, o presenteísmo (não que as outras escapem disso, mas esta
não se liberta), os financiamentos com parcelas a perder vista pelo simples
motivo da prestação caber no salário e o vício no erro em enxergar o mundo como
comercial como caminho para alegria (não que as outras fujam disso, mas essa é
completamente vendida).
Em suma essa estória de
"classes" é perfume! Engodo! Para ser mais claro esse agrupamento
deveria ser escrito assim: Existem os que podem (A), os que não podem (D, C, e
E); os que pensam que podem (B) e podem o que sobra da elite; os que queriam
poder (B, C, D, e E), mas não podem nada ideologicamente; os que podem tudo
(A), mas tudo absolutamente e nada fazem, nem querem fazer, para que outros
possam, não são presos quando atropelam e matam, praticam corrupção e,
finalmente; o que nunca poderá nada: o trabalhador com este salário micro
obrigado a se dar ao máximo para fazer a economia girar - fomentando um
contexto de alheamento total voltado para o consumismo – pagando as contas da
elite e assistindo os emergentes se deliciarem da lambujem dos superiores
imediatos. A sociedade não deixará de ser estamental, uma vez que a exploração
do próximo se dá pela escala de conhecimento que se aplica nas relações
trabalhistas tendo como pedestal o fetiche comercial da elite alicerçado nos
limites de conhecimento das massas onde divisão de classe é mais verdadeira
(divisão de classe é mental), as outras são falácias.
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